segunda-feira, 21 de março de 2011

Droppod

        Entrei no "saguão de entrega", completamente equipado, cheguei com folga, ainda faltavam quinze minutos para o início da operação. Vi meu sargento com o pelotão pronto, ele veio para me apresentar a tropa, mas com um gesto eu demonstrei que a situação não estava para formalidades:
-À vontade senhores, vamos esperar a hora, não preciso falar mais nada, vocês sabem o que fazer: descemos e limpamos, é o nosso trabalho, vocês já estão safos nisso.
        Não consegui esconder minha tensão, lá embaixo as coisas não seriam tão fáceis assim, o local de queda era até "tranqüilo", mas em volta não, o inimigo teria vantagem em qualquer direção, afinal estarava nas montanhas. Infelizmente ou saltávamos em cima daquele chapadão, ou saltávamos tão longe do objetivo que nem faria sentido saltar.
          A luz vermelha se acendeu, dei minhas ordens:
-MAMUTES ATENÇÃO!! PREPARAR PARA O SALTO!!
-Mestres de salto, preparar para encapsular - disse a voz vinda do auto-falante ao mesmo tempo.
          Dei um passo a frente, os espaçonautas da frota me ajudaram a colocar o para-quedas especial, ligado à cápsula. Entrei na mesma e a maquina fez o resto me "empacotando".
         A ultima coisa que eu ouvi de fora foi a campainha  que indicava a hora do lançamento, depois disso, só minha respiração. Deu para sentir a aceleração, a mudança de posição por causa do ar, o atrito com o mesmo e o aquecimento da cápsula, as camadas do pod saindo... até que chegou na última cobertura, embora tivéssemos já percorrido boa parte do percurso (e não foi tão rápido assim, levou longos minutos), ainda estávamos suficientemente altos. A ultima cobertura era a parte realmente "sólida" do pod. (As outras camadas são na verdade sólidas, mas são como folhas feitas para serem descascadas com o atrito com o ar. Junto com a parte "massiça", há retrofoguetes e é sensível a hora que eles são acionados, é sempre uma desaceleração brusca, a cápsula chega a "parar" no ar para cair de novo.)
          Depois disso a cápsula começou à cair  de novo, mas não demorou segundos e ela se partiu violentamente em seis partes, me liberando e acionando o para-quedas. Minutos depois, lá estava eu no campo de combate.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Jetpack

        Mas quem diria, depois de tanto tempo voltamos às guerras de trincheiras! Quando foi a última? Não sei faz quase uns duzentos anos, foi no início do século vinte. Mas algum medroso, um bando deles, na verdade, resolveu melhorar tanto os sistemas de defesa que nem carro de combate sai do lugar. E a gente fica aqui, plantado, atirando contra qualquer coisa que se mova do outro lado e tomando bomba na cabeça.
        A gente não, eles, tem sempre um grupo de audazes pronto para sair da proteção dessa cova, ainda que com o cu na mão, para tentar tomar a próxima trincheira. Antigamente havia desses também, como se chamavam?? Arditi? Pois então somos os novos arditi! Mas diferente de nossos "antepassados", nós temos uma vantagem: "Voamos".
        Paraquedista já nem funciona mais, chegam todos mortos antes de tocar o solo. O negócio é ir no impacto, na pressão. "Chegar, Matar Tomar", como diz o manual, sem tempo para ficar plainando por ai. E por isso que esses foguetes quebram um galho... ô se não quebram!
        Opa! Olha só, já está chegando a minha hora, o bombardeio pesado cessou. Submetralhadora Ok, granadas de mão Ok, vamos, lá, sempre dá um frio na barriga na hora de acionar o jet.
        A gente treme muito, sobe muito rápido, nem dá para mirar em nada no solo, mas em compensação não dá para mirar na gente também. Hehehehe, ficam todos brancos de medo. Tem bizonho dos nossos que fica com medo também e demora para acionar o jet, ai é foda, o inimigo dificilmente consegue fazer cortina de fogos contra os precursores, mas consegue sempre pegar os retardatários. Olha lá, pegaram um novato! Porra! Tá no inferno abraça o capeta caralho!
          A gente chega no topo vem a tensão, a gente fica bem lento antes de começar a queda livre, se o inimigo for esperto pega a gente! Não foi dessa vez, o show é meu e já sei que vou "pousar" em cima de um grupinho... Facão na mão!! Ja cai arrebentando com um e cortando o pescoço de outro, não posso deixa-los acabar comigo, rajada de sub... acabei com os 5! Granada na casamata!! Agora dá para respirar! Deixa eu dar uma olhada... todos mortos por aqui, logo logo vão se acertando os setores e mais uma trincheira tomada. Estou falando, é bem rápido.